1.547.788€
disponibilizados para aquisição de medicamentos, próteses, transporte para consultas e tratamentos, e alimentação dos doentes mais carenciados.
328.560€
atribuídos a 23 bolsas de investigação, a 5 centros de investigação e a 20 acções de apoio à formação em oncologia.
4.232
doentes acompanhados em centros de dia e 178 doentes recebidos em lares da liga.
19.892
voluntários ligados a esta causa
*dados de 2021
1.547.788€
made available for the purchase of medicines, prostheses, transport to consultations and treatments, and food for the most needy patients.
328.560€
awarded to 23 research grants, 5 research centers and 20 actions to support training in oncology.
4.232
patients monitored at day centers and 178 patients received at nursing homes in the league.
19.892
volunteers linked to this cause
*2021 data in Portugal
Os principais objectivos são:
The main objectives are:
Mapa que mostra o excesso de risco de morte por tumores em Portugal e Espanha, com mais perguntas do que respostas. Na próstata e estômago, a mortalidade é mais alta entre os portugueses. Já no pulmão e pâncreas, tumores com pior prognóstico, a vida é mais longa deste lado da fronteira
Figura retirada Jornal Expresso (30 janeiro 2022)
Focando em Portugal, os cancros da próstata (21 %), colorretal (20 %) e do pulmão (12 %) são os cancros mais comuns nos homens, ao passo que nas mulheres o cancro da mama é o cancro que regista maior incidência (28 %), seguido do cancro colorretal (16 %) e do cancro do pulmão (6 %).
O cancro do pulmão e o cancro colorretal foram as causas de morte por cancro mais comuns.
Em 2016, Portugal lançou o Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, que promove a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento do cancro, propiciando ao mesmo tempo um acesso equitativo a todos os cidadãos
As taxas de rastreio e de sobrevivência ao cancro são elevadas, mas a pandemia afetou gravemente a prestação de cuidados oncológicos
Map showing the excess risk of death from tumors in Portugal and Spain, with more questions than answers. In the prostate and stomach, mortality is higher among the Portuguese. In the lung and pancreas, tumors with the worst prognosis, life is longer on Portugal side of the border
Figure taken from Jornal Expresso (January 30, 2022)
Focusing on Portugal, prostate cancers (21 %), colorectal (20%) and lung (12%) cancers more common in men, whereas in women Breast cancer is the cancer with the highest incidence (28%), followed by colorectal cancer (16%) and lung cancer (6%).
Lung cancer and colorectal cancer were the causes of cancer death more common.
In 2016, Portugal launched Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, that promotes prevention, early diagnosis and cancer treatment, while providing a equitable access for all citizens.
Screening and survival rates cancer are high, but the pandemic has affected seriously the provision of oncological care.
Níveis altos ou baixos de certas substâncias em seu corpo podem ser um sinal de cancro. Portanto, exames laboratoriais de sangue, urina ou outros fluidos corporais que medem essas substâncias podem ajudar os médicos a fazer um diagnóstico. No entanto, resultados laboratoriais anormais não são um sinal seguro de cancro. Saiba mais sobre os exames laboratoriais e como eles são usados para diagnosticar o cancro. Alguns testes de laboratório envolvem testar amostras de sangue ou tecido para marcadores tumorais. Marcadores tumorais são substâncias produzidas por células cancerígenas ou por outras células do corpo em resposta ao cancro. A maioria dos marcadores tumorais são produzidos por células normais e células cancerígenas, mas são produzidos em níveis muito mais elevados por células cancerígenas.
Os exames de imagem criam imagens de áreas dentro do seu corpo que ajudam o médico a ver se um tumor está presente. Essas fotos podem ser feitas de várias maneiras:
A biópsia é um procedimento no qual o médico remove uma amostra de tecido. Um patologista examina o tecido sob um microscópio e realiza outros testes para ver se o tecido é cancro. O patologista descreve as descobertas em um relatório de patologia, que contém detalhes sobre seu diagnóstico. Os relatórios de patologia desempenham um papel importante no diagnóstico do cancro e ajudam a decidir as opções de tratamento.
High or low levels of certain substances in your body can be a sign of cancer. So, lab tests of your blood, urine, or other body fluids that measure these substances can help doctors make a diagnosis. However, abnormal lab results are not a sure sign of cancer. Learn more about laboratory tests and how they are used to diagnose cancer. Some lab tests involve testing blood or tissue samples for tumor markers. Tumor markers are substances that are produced by cancer cells or by other cells of the body in response to cancer. Most tumor markers are made by normal cells and cancer cells but are produced at much higher levels by cancer cells.
Imaging tests create pictures of areas inside your body that help the doctor see whether a tumor is present. These pictures can be made in several ways:
A biopsy is a procedure in which the doctor removes a sample of tissue. A pathologist looks at the tissue under a microscope and runs other tests to see if the tissue is cancer. The pathologist describes the findings in a pathology report, which contains details about your diagnosis. Pathology reports play an important role in diagnosing cancer and helping decide treatment options.
A notícia que ninguém quer receber
Sou uma mulher de 55 anos, casada e mãe de duas filhas. A palavra cancro bateu à porta de minha casa com grande estrondo. Um susto do qual não estava à espera de levar.
Estava a decorrer o segundo ano da pandemia, por Covid-19, os recursos médicos tais como: hospitais e centros de saúde e outros, até então estavam praticamente todos direcionados, no combate a esse vírus mortal que assolou Portugal.
Não se falava noutra coisa, a notícias assustadoras, as mortes diárias o estado de emergência, tudo isso gerou pânico. A única coisa importante era nos protegermos do vírus de tal forma que todas as outras doenças ficaram para segundo plano, cirurgias, consultas e exames periódicos. É aí que eu entro nesse ciclo de atrasos: após os 50 anos todas as mulheres deveriam fazer mamografias e ecografias de prevenção, eu já fazia muito antes dessa idade todos os anos, devido a alguns nódulos benignos que existiam no meu peito de diâmetros mínimos.
Dizem que a culpa não morre solteira e eu assumo que de alguma forma também me desleixei durante esse período de pandemia, mas não havia consultas só casos urgentes os hospitais a abarrotar pelas costuras, a recomendação de não sair de casa.
Resumindo foram dois anos sem qualquer rastreio ou exame da mama.
Como descobri o meu cancro, certo dia após tomar banho observei no meu peito uma pequena deformidade, a pele estava enrugada, desvalorizei, tinha emagrecido um ou dois quilos, achei que talvez fosse de emagrecer as peles ficam mais flácidas. Estava a milhões de anos-luz de pensar em cancro!
Porque não sentia nada na apalpação e a total isenção de alguma dor descartava no meu pensamento algo grave. Na semana seguinte novamente após o banho mostrei à minha filha: "Mãe devias ir ver isso" . Como as consultas no médico de família tinham voltado à normalidade e eu tinha uma nova médica, o anterior tinha ido para a reforma na altura da pandemia. Marquei uma consulta que ainda demorou algum tempo, no dia da consulta entrei no consultório muito bem-disposta, mal eu sabia que o meu coração já ia sair de lá bem diferente, dirigi-me á doutora dizendo que algum tempo não fazia nenhum exame e referi aquela pequena ruga no peito. A reação da médica e diagnóstico foi bem rápida após a observação do meu peito, bem não a quero preocupar, mas, vai já fazer com urgência estes exames, ecografia e mamografia e pede para trazer o relatório no mesmo dia. A espera pelo dia que ia fazer os exames foi angustiante, no dia dos exames os técnicos não me disseram nada, mas eu não aguentei e abri os envelopes. Ó Meu Deus, exclamei, de grau 1 a 6 eu estava no grau cinco.
Mesmo assim ainda estava longe de saber o que ainda estava para vir, dia da consulta da médica de família, outro balde de água fria. A Doutora foi muito direta e explicita, após algumas explicações que julgo nem estava muito atenta, devido ao meu sistema nervoso acelerado, foi me perguntado a senhora prefere o hospital de Matosinhos ou o IPO?
A minha resposta foi rápida: "Eu tenho cancro e apesar do medo e respeito que a palavra IPO me faz sentir é para lá que quero ir, acredito ser o lugar mais indicado e especializado nesta doença."
Primeira consulta no IPO
“O seu cancro é grave”.
Estava sozinha os meus pensamentos eram de tristeza e medo, pensei me diriam aos poucos de forma a não me assustar. Nada disso. “Pão, pão e queijo, queijo “ a médica fez uma ligação telefónica e disse a quem estava do outro lado, temos aqui um caso grave vamos marcar biopsias urgentes.
"Por favor", pensei, "vá com calma eu estou aqui, sem chão."
Talvez as coisas tenham de ser feitas desta forma, aceleradas, talvez os médicos se esqueçam que para mim era a primeira vez e não uma rotina.
O início da batalha
Os exames e análises começaram a surgir desenfreadamente, lembro de estar determinada a ser corajosa e a suportar as dores e desconforto, aguentei firme, estava orgulhosa de mim. Recordo a primeira vez que fiz fazer biopsias, na sala de espera estavam outras mulheres, visivelmente assustadas e até a chorar, no decorrer do exame a especialista estava com dificuldade em conseguir espetar a agulha, pediu-me desculpa pelo desconforto, eu disse-lhe sabe aquele ditado “Água mole em pedra dura tanto dá até que fura”. Houve sorrisos. Você é das minhas disse a doutora. O diagnóstico final não tardou em chegar, as notícias positivas foram, não existiam metástases espalhadas pelo corpo, mas era tarde demais para salvar o peito, mastectomia total da mama esquerda e esvaziamento axilar, o maldito estava a crescer.
Um facto importante do dia em que fui informada desta decisão dos médicos, foi que estava junto a mim a minha melhor amiga a segurar a minha mão, uma imagem que nunca vou esquecer, ao descrevê-la as lágrimas correm no meu rosto.
Ela também estava em tratamento no IPO “cancro do útero “dizia para mim amiga o IPO é a minha segunda casa. Ele, o “Enzo”, (foi o nome que ela lhe deu), não me vai vencer. Ela era uma força da natureza tinha um sorriso maravilhoso, mas infelizmente não o venceu, dois anos de muita luta e sofrimento, partiu com 48 anos em 21 de dezembro de 2021.
Meu anjo, que deixou um grande vazio, um dia vamos nos tornar a encontrar nas estrelas.
Apesar do mal existe sempre o lado bom das coisas, foi esse o lema que eu decidi abraçar, para a frente é que é o caminho, aceitar, decidida a seguir rigorosamente todos os conselhos que me foram dados nas consultas, tinha um livro de apontamentos que levava comigo e que foi muito útil. Pensamentos negativos, começaram a ganhar terreno, no tempo de espera da minha operação. Foram 4 meses, nesse período ele começou a tornar-se mais visível, a ansiedade, acompanhada do medo da morte, começou a atormentar-me. Sim é verdade a cura do câncer da mama está muito avançado é um facto, mas por outro lado também ainda existe muita mortalidade nesse campo.
Sempre corajosa entrei na sala de operações com um sorriso e a gracejar com a equipa médica, aliás levei para o internamento um livro de anedotas, que li á minha companheira de quarto, ela estava bem pior do que eu, cancro no estômago terminal, rimos juntas, dizem que afinal rir é o melhor remédio, pode não curar, mas sem dúvida que alivia a as almas atormentadas.
Quando foi possível levantar da cama fui ao espelho e observei a enorme cicatriz que fazia agora parte de mim, não me assustei foi mais um misto de aceitação e alívio, o mal tinha sido estripado, nos dias seguintes começas a pensar no futuro.
Como vou encarar o meu corpo?
Os pensamentos voavam desenfreadamente, na minha mente, vou ficar mutilada, sou uma mulher casada, onde fica a atração física, a minha autoestima, vou voltar a amar o meu corpo, as pessoas vão olhar para mim com pena, vão perceber que não tenho um peito? As lágrimas foram muitas, o medo da morte pairava agora como uma nuvem negra em cima da cabeça. Fraquejei claro que sim! É humanamente impossível ser forte o tempo todo, por mais que tenhas a tua família e amigos solidários contigo e com o teu sofrimento, a luta é só tua disso não existe qualquer dúvida. Ninguém está lá a cem por cento, a vida estagnou só para ti, tão simples como isso. Sofres no corpo e na alma, ouves comentários desagradáveis, daqueles que te ficam gravados a ferro e fogo, estás-te a valer da doença, todos nós vamos morrer de uma forma ou de outra, o cabelo volta a crescer, podes fazer reconstrução mamária e ainda vais ficar melhor do que eras. Depois falam de uma infinidade de casos de outras pessoas que passaram pelo mesmo, tu não queres ouvir nada disso, não interessa, as pessoas têm tendência a comparar casos, no entanto nenhum é igual ao outro. Amigos que te abandonam quando mais precisas, comentários falsos de preocupação, na verdade é só curiosidade para ter de falar e aumentar a realidade, para outrem, por esse motivo decidi não publicitar o meu estado de saúde nas redes sociais, além da minha família só um número restrito de pessoas estava a par do meu estado de saúde. Foi uma opção muito minha, cada pessoa tem a sua, não permiti a mim mesma sofrer psicologicamente mais, com registos fotográficos, dos tratamentos ou fotos de mim careca. O espelho era o meu segundo pior inimigo, o primeiro era o cancro, para uma mulher bonita como sempre me senti, foi muito duro psicologicamente, são marcas que ficam de qualquer das maneiras, não existia necessidade de reforçar com imagens gravadas, cicatrizes permanentes. Pelo meio, apareceu mais um problema a tiroide, felizmente era benigno, por prevenção fui operada, correu tudo bem. O período de tratamentos de quimioterapia e seguidamente da radioterapia, não foram fáceis, as horas naqueles cadeirões, os segundos demoravam uma eternidade a passar, o pensamento fulcral era, isto é para a tua cura tens de suportar e seguir em frente. Na fase pós-operatória, onde existem drenos, pontos, desconforto, pouca mobilidade é essencial ter ajuda e eu tive Graças a Deus, nesse e no período da quimioterapia. O melhor dos apoios, a minha filha mais velha e o namorado cuidaram de mim com um amor e dedicação extremo, foi uma bênção a qual vou estar eternamente grata aos dois o resto da minha vida. Os tratamentos de radioterapia, eram relativamente rápidos, só o desconforto de estar imobilizada é que causava ansiedade e após algumas semanas as queimaduras começaram a aparecer, mas se seguirmos os conselhos da equipa médica, dia a dia vamos cicatrizando até estar a pele completamente recuperada.
Os profissionais
Em relação aos profissionais de saúde que se cruzaram no meu caminho e me marcaram pela positiva, conheci pessoas que tinha sempre uma forma carinhosa e agradável de falar comigo, extremamente educadas, mostrando disponibilidade para esclarecer todas as minhas dúvidas e receios com fundamento, eu era marinheira de primeira viagem, num mundo totalmente estranho, sentia me frágil muito frágil. Lembro os minutos anteriores que antecediam o começo dos tratamentos aquela sala de espera era fria de sentimentos positivos, estava sempre sozinha, os olhares entre as outras pessoas, diziam a mesma coisa temos medo de morrer.
No meio do rebanho existe sempre uma ovelha negra.
Ao descrever as minhas experiências positivas, também sinto a necessidade de proceder ao seguinte desabafo, houve uma médica que foi demasiado insensível comigo, no decorrer das consultas, era extremamente desagradável na seu discurso, parecia que estava contra o mundo e quem lhe aparecesse pela frente é que pagava, mais de que uma vez sai daquele consultório a chorar, que pessoa rude!
Chegava a pensar, sem querer desejar-lhe nenhum mal, esta pessoa devia experimentar estar do outro lado da secretária, para poder entender o que eu sentia, passei a detestar ir às consultas, continuei a ser permissiva em relação á forma como falava comigo, tinha medo de retaliações.
Este episódio faz parte do passado agora é tudo o que importa, mais tarde fiquei a saber, informações dessa senhora através de outros funcionários, já tinha sido alvo de queixas registadas, não era a primeira vez que ofendera outros doentes. Pessoas corajosas que decidiram, valer os direitos dos doentes, merecemos respeito acima de tudo. É uma excelente profissional, como foi afirmado, no entanto deveria ter consultas de psicologia para melhorar o seu comportamento em relação aos doentes.
O novo recomeço
Sempre foi minha ideia fazer reconstrução mamária, esse dia chegou até mais rapidamente do que me tinham dito, geralmente só passado alguns anos, a lista de espera é muito grande, como aceitei fazer noutro hospital, não chegaram a dois anos de espera, mais uma vez ouvi relatos de reconstruções que correram mal, até que resultaram em morte, nada disso me demoveu, o que posso dizer a quem não tem a certeza se deve ou não tomar essa decisão. Sigam o vosso coração, nós temos de nos priorizar depois de tanto sofrimento merecemos ser felizes.
Fui operada no hospital da Cuff, apesar de não ter sido nada fácil devido á complexidade da operação, a médica de cirurgia plástica fez um excelente trabalho, desde a primeira consulta que senti que estava em boas mãos, ouvi palavras reconfortantes que acalmaram o meu coração, foi necessária uma abdominoplastia, para transplante da pele. Quatro horas depois e 84 pontos, e uma embolia pulmonar bilateral, dois dias nos cuidados intensivos, oito dias depois voltei a casa, foi uma recuperação dolorosa, mas superada com muita coragem e resiliência.
Digam que é mentira por favor.
Resumindo apesar de achar que ainda havia muito por dizer, já me alonguei demais, espero que a investigação na procura contra esta doença mortal, debilitante e dolorosa, não pare para que a esperança de vida dos cancerosos seja maior. Dizem as más-línguas, o uso este termo é por que quero acreditar que é mentira o que espalham nas notícias, dizendo que a cura já existe, mas que os negócios de milhões das farmacêuticas se sobrepõem a uma cura total e total irradicação do câncer em geral, eu quero acreditar na humanidade e não na maldade.
Apesar de ser uma doença para a vida, como me foi dito, sou uma mulher abençoada com a oportunidade de viver mais uns anos, não me considero uma guerreira como dizem, mas uma sobrevivente cheia de sorte muita sorte.
O Que mudou?
Esta luta mudou a minha maneira de pensar, em relação a dar valor a futilidades o qual nos rodeamos ao longo da vida, valorizo cada vez mais a minha saúde, a minha família e todos os pequenos nadas que fazem parte deste mundo que me acolhe, como tenho antecedentes depressivos, anos atrás no pico da depressão desejava a morte para acabar com a minha dor psicológica, hoje penso doutra forma e percebo que a única coisa certa que nos espera é a morte, não existe necessidade de antecipar esse dia. Cada dia que abro os olhos agradeço estar neste mundo. Amar quem sou, ser proativa, fazer coisas que me fazem feliz, não permitir que me magoem, ser livre e agradecer sempre as bênçãos que o universo me envia. Só por hoje sou extremamente grata.
Fátima Silva, 55 anos, Mama, 2021, Doente
Outros testemunhos
The news no one wants to hear
I am a 55 year old woman, married and mother of two daughters. The word cancer knocked on my door with a big bang. A scare I wasn't expecting to get.
The second year of the pandemic was taking place, due to Covid-19, medical resources such as: hospitals and health centers and others, until then, practically all were directed towards the fight against this deadly virus that devastated Portugal.
There was nothing else to talk about, the frightening news, the daily deaths, the state of emergency, all of which created panic. The only important thing was to protect ourselves from the virus in such a way that all other illnesses were left in the background, surgeries, consultations and periodic examinations. This is where I enter this cycle of delays: after the age of 50, all women should have mammograms and preventive ultrasounds, I already did them a lot before that age every year, due to some benign nodules that existed in my chest with minimal diameters.
They say that guilt doesn't die alone and I assume that in some way I also neglected myself during this pandemic period, but there were no appointments, only urgent cases, hospitals full to the seams, the recommendation not to leave the house.
In short, it was two years without any screening or breast examination.
As I discovered my cancer, one day after taking a shower I noticed a small deformity on my chest, the skin was wrinkled, I lost value, I had lost one or two kilos, I thought that maybe it was because of losing weight that the skin is more flaccid. I was millions of light years away from thinking about cancer!
Because I didn't feel anything on the palpation and the total absence of some pain ruled out something serious in my thinking. The following week, after bathing, I showed my daughter: "Mom, you should go see this" . Since the appointments at the family doctor had returned to normal and I had a new doctor, the previous one had gone into retirement at the time of the pandemic. I made an appointment that still took some time, on the day of the appointment I entered the office in a very good mood, little did I know that my heart was going to leave there very different, I went to the doctor saying that it had been some time since I had had any exams and I mentioned that little wrinkle on the chest. The doctor's reaction and diagnosis was very quick after examining my chest, well, I don't want to worry her, but she's going to do these exams, ultrasound and mammography urgently and asks to bring the report on the same day. The wait for the day I was going to have the exams was agonizing, on the day of the exams the technicians didn't say anything to me, but I couldn't stand it and opened the envelopes. Oh my God, I exclaimed, from grade 1 to 6 I was in grade five.
Even so, it was still far from knowing what was yet to come, the day of the family doctor's appointment, another bucket of cold water. The Doctor was very direct and explicit, after some explanations that I don't think she was very attentive to, due to my accelerated nervous system, I was asked, would you prefer the hospital in Matosinhos or the IPO?
My answer was quick: "I have cancer and despite the fear and respect that the word IPO makes me feel, that's where I want to go, I believe it's the most suitable and specialized place for this disease."
First IPO appointment
“Your cancer is serious.”
I was alone my thoughts were of sadness and fear, I thought they would tell me little by little so as not to frighten me. None of that. “Bread, bread and cheese, cheese” the doctor made a telephone call and said to whoever was on the other side, we have a serious case here, let's schedule urgent biopsies.
"Please", I thought, "take it easy, I'm here, groundless."
Maybe things have to be done this way, accelerated, maybe the doctors forget that for me it was the first time and not a routine.
And the battle begins...
Exams and analyzes began to come rampant, I remember being determined to be brave and endure the pain and discomfort, I held on, I was proud of myself. I remember the first time I had biopsies done, in the waiting room there were other women, visibly scared and even crying, during the exam the specialist was having trouble getting the needle in, she apologized for the discomfort, I told her You know that saying “Soft water on a hard rock until it breaks”. There were smiles. You're one of mine said the doctor. The final diagnosis was not long in coming, the positive news was, there were no metastases spread throughout the body, but it was too late to save the breast, total mastectomy of the left breast and axillary emptying, the damn thing was growing.
An important fact on the day I was informed of this decision by the doctors was that my best friend was next to me holding my hand, an image that I will never forget, as I describe it, tears flow down my face.
She was also undergoing treatment at the IPO “cancer of the uterus” she used to say to me, a friend, the IPO is my second home. He, “Enzo”, (that was the name she gave him), is not going to beat me. She was a force of nature, had a wonderful smile, but unfortunately she didn't win, two years of much struggle and suffering, she left at the age of 48 on December 21, 2021.
My angel, who left a great void, one day we will meet again in the stars.
Despite the bad there is always the good side of things, that was the motto that I decided to embrace, forward is the way, accept it, decided to strictly follow all the advice given to me in the consultations, I had a book of notes that I took with me and that was very useful. Negative thoughts began to gain ground while waiting for my operation. It took 4 months, in that period it started to become more visible, anxiety, accompanied by the fear of death, started to torment me. Yes, it is true that the cure for breast cancer is very advanced, it is a fact, but on the other hand, there is still a lot of mortality in this field.
Always brave, I entered the operating room with a smile and joking with the medical team, in fact I took a book of jokes with me to the hospital, which I read to my roommate, she was much worse than me, terminal stomach cancer, we laughed together, they say that after all laughter is the best medicine, it may not cure, but it certainly relieves the tormented souls.
When it was possible to get out of bed, I went to the mirror and observed the huge scar that was now part of me, I wasn't scared it was more a mixture of acceptance and relief, the evil had been gutted, in the following days you start to think about the future.
How am I going to face my body changes?
Thoughts flew wildly, in my mind, I'm going to be mutilated, I'm a married woman, where is the physical attraction, my self-esteem, I'm going to love my body again, people are going to look at me with pity, they're going to realize that I don't have a breast? There were many tears, the fear of death was now hovering like a black cloud over her head. I weakened of course yes! It is humanly impossible to be strong all the time, no matter how much your family and friends support you and your suffering, the fight is yours alone, there is no doubt about that. No one is there one hundred percent, life has stagnated just for you, as simple as that. You suffer in body and soul, you hear unpleasant comments, from those that are engraved in you with iron and fire, you are taking advantage of the disease, we are all going to die one way or another, your hair grows back, you can have breast reconstruction and you will still be better than you were. Then they talk about countless cases of other people who have gone through the same thing, you don't want to hear any of that, it doesn't matter, people tend to compare cases, however none are the same as the other. Friends who abandon you when you need it most, false comments of concern, in fact it's just curiosity to have to talk and increase reality, for someone else, for that reason I decided not to advertise my state of health on social networks, in addition to my family only a restricted number of people were aware of my state of health. It was my choice, each person has their own, I didn't allow myself to suffer psychologically anymore, with photographic records, treatments or photos of me bald. The mirror was my second worst enemy, the first was cancer, for a beautiful woman like I always felt, it was very hard psychologically, they are marks that remain anyway, there was no need to reinforce them with engraved images, permanent scars. In the meantime, another thyroid problem appeared, fortunately it was benign, for prevention I was operated on, everything went well. The period of chemotherapy treatments and then radiotherapy were not easy, the hours in those chairs, the seconds took an eternity to pass, the main thought was, this is for your cure you have to endure and move forward. In the postoperative phase, where there are drains, stitches, discomfort, little mobility, it is essential to have help and I had it Thank God, in that period and during the chemotherapy. The best of support, my eldest daughter and her boyfriend took care of me with extreme love and dedication, it was a blessing for which I will be forever grateful to both of them for the rest of my life. Radiotherapy treatments were relatively quick, only the discomfort of being immobilized caused anxiety and after a few weeks the burns began to appear, but if we follow the advice of the medical team, day by day we heal until the skin is completely recovered.
The "professionals"
Regarding the health professionals who crossed my path and left a positive mark on me, I met people who always had a loving and pleasant way of talking to me, extremely polite, showing availability to clarify all my doubts and fears with reason, I was As a first-time sailor, in a completely foreign world, I felt fragile, very fragile. I remember the previous minutes that preceded the beginning of the treatments, that waiting room was cold with positive feelings, I was always alone, the looks between the other people, they said the same thing we are afraid of dying.
In the middle of the flock there is always a black sheep.
When describing my positive experiences, I also feel the need to make the following outburst, there was a doctor who was too insensitive to me, during the consultations, she was extremely unpleasant in her speech, it seemed that she was against the world and whoever appeared in front of her I paid for it, more than once I left that office crying, what a rude person!
I even thought, without wanting to wish him any harm, this person should try to be on the other side of the desk, to be able to understand what I was feeling, I started to hate going to appointments, I continued to be permissive in relation to the way he spoke to me, was afraid of retaliation.
This episode is part of the past now that's all that matters, later I found out, information about this lady through other employees, she had already been the subject of registered complaints, it was not the first time that she had offended other patients. Brave people who decided to assert the rights of patients, we deserve respect above all else. She is an excellent professional, as stated, however she should have psychology consultations to improve her behavior towards patients.
The new beginning
It was always my idea to have breast reconstruction, that day came even faster than I had been told, usually it only takes a few years, the waiting list is very long, as I agreed to do it at another hospital, it didn’t reach the two-year wait, one more I once heard reports of reconstructions that went wrong, until they resulted in death, none of that stopped me, what can I say to those who are not sure whether or not to make that decision. Follow your heart, we have to prioritize ourselves after so much suffering we deserve to be happy.
I was operated on at Cuff hospital, although it was not easy at all due to the complexity of the operation, the plastic surgery doctor did an excellent job, from the first consultation I felt I was in good hands, I heard comforting words that calmed my heart , an abdominoplasty was necessary for skin transplantation. Four hours later and 84 stitches, and a bilateral pulmonary embolism, two days in intensive care, eight days later I returned home, it was a painful recovery, but one that was overcome with a lot of courage and resilience.
Say it's a lie please.
Resumindo apesar de achar que ainda havia muito por dizer, já me alonguei demais, espero que a investigação na procura contra esta doença mortal, debilitante e dolorosa, não pare para que a esperança de vida dos cancerosos seja maior. Dizem as más-línguas, o uso este termo é por que quero acreditar que é mentira o que espalham nas notícias, dizendo que a cura já existe, mas que os negócios de milhões das farmacêuticas se sobrepõem a uma cura total e total irradicação do câncer em geral, eu quero acreditar na humanidade e não na maldade.
Despite being a disease for life, as I was told, I am a woman blessed with the opportunity to live a few more years, I don't consider myself a warrior as they say, but a lucky survivor.
What has changed?
This struggle changed my way of thinking, in terms of appreciating the futilities we surround ourselves with throughout life, I increasingly value my health, my family and all the little nothings that are part of this world that welcomes me, as I have a depressive background, years ago at the peak of depression I wanted death to end my psychological pain, today I think otherwise and realize that the only certain thing that awaits us is death, there is no need to anticipate that day. Every day I open my eyes I am grateful to be in this world. Loving who I am, being proactive, doing things that make me happy, not allowing myself to be hurt, being free and always grateful for the blessings that the universe sends me. Just for today I am extremely grateful.
Fátima Silva, 55 years, Breast, 2021, Patient
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